São Francisco do Maranhão realizou 300 mil consultas médicas para 12 mil habitantes em dois meses.

O Ministério Público investiga um esquema de atendimentos médicos e tratamentos fantasmas que desviam dinheiro da saúde em quase 50 cidades do Maranhão. Entre elas a pequena cidade de São Francisco do Maranhão cidade administrada por Adelbarto Rodrigues Santos. 93,3% de toda a verba do Brasil para tratamento pós-covid foi destinada ao Maranhão, segundo levantamento da reportagem. Os procedimentos e consultas oferecidos pelo SUS são destinado a pacientes com sequelas causadas pela doença.

O repasse de verba é feito da seguinte maneira: o município lista os pacientes que passaram pela reabilitação e o ministério da saúde libera o recurso automaticamente no mês seguinte. De acordo com a investigação, o esquema fraudulento se inicia com a inserção de dados falsos a respeito dos procedimentos médicos realizados aos moradores são-franciscanos nos sistemas de dados do sistema único de saúde (SUS), como o sistema de informações ambulatoriais (SIA) e o sistema de informações hospitalares (SIH).

No final do ano passado, o município de São Francisco do Maranhão teve o bloqueio de R$ 1.900.000,00 (um milhão e novecentos mil reais) da conta do fundo de saúde a pedido do Ministério Público Federal (MPF) por indícios de recebimento fraudulento de repasses federais oriundos de emendas parlamentares, incluindo valores das emendas de relator (o chamado orçamento secreto).

Segundo o Ministério Público Federal, o pedido de bloqueio das contas se deve à existência de indícios de irregularidades na inserção de dados falsos em sistemas do sistema único de saúde (SUS), com o objetivo de desviar as verbas parlamentares, que são recursos públicos.

Segundo apurou o Maranhão de Verdade, São Francisco do Maranhão, com apenas 12 mil habitantes, informou que teria realizado cerca de 300 mil consultas médicas de atenção especializada nos meses de novembro e dezembro de 2021, o que corresponderia, a 25 consultas por habitante em um período de dois meses. Ação cautelar proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) conseguiu o bloqueio de R$ 1.900.000,00 (um milhão e novecentos mil reais) do município.