O empresário Joesley Batista afirmou em depoimento de delação premiada que ouviu em conversa com Michel Temer que o presidente poderia “ajudar” o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) junto a dois ministos do Supremo Tribunal Federal (STF).

A afirmação está em um dos vídeos dos depoimentos do empresário à Procuradoria-Geral da República, tornados públicos nesta sexta-feira (19) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com o empresário, na conversa que teve com Temer – e que foi gravada por ele -, o presidente disse que poderia auxilia Cunha com “um ou dois” ministros da Corte.

“Ele me fez um comentário curioso que foi o seguinte: ‘Eduardo quer que eu ajude ele no Supremo poxa. Eu posso ajudar com um ou dois, com 11 não dá’. Também fiquei calado, ouvindo. Não sei como o presidente poderia ajudá-lo”, afirmou Batista.

No relato feito por Joesley à PGR, ele não fala sobre quais ministros o presidente se referiu na conversa, nem dá mais detalhes sobre a que tipo de ajuda Temer se referia.

Em ofício enviado nesta quinta-feira (18) ao Supremo, no qual pediu acesso ao conteúdo da gravação, o presidente afirmou ter sido alvo de “interceptação ilícita” por parte de Joesley Batista.

Em um pronunciamento no Palácio do Planalto, também nesta quinta, no qual disse que não renunciará à Presidência da República, Temer disse que a gravação era “clandestina”.

No áudio da conversa entre os dois, e que foi entregue por Joesley à PGR, não é possível identificar, em nenhum trecho, se Temer falou sobre a ajuda a Cunha. Na gravação, há diversos ruídos que impedem a compreensão do que foi dito.

(Informações do G1.globo)