Com medo, médico e proprietário de pirâmide financeira falida contratou quatro seguranças e estaria inclinado a deixar São Luís.

É periclitante a situação do jovem médico maranhense Abdon Murad Júnior, filho do ex-vereador de São Luís e eterno presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Abdon Murad.

Dono da AMJ Participações e Empreendimentos Imobiliários Eireli, pirâmide financeira que faliu deixando um débito milionário perante vários investidores, Abdon recebeu ameaças de um agiota, que opera no Maranhão e outros estados, como o Piauí, que investiu cerca de R$ 600 mil na sua empresa.

A informação foi confirmada ao editor do Blog por um investidor, que ainda aguarda o pagamento de aproximadamente R$ 250 mil. Este investidor e outros, vale destacar, organizaram-se em um grupo através do qual, diariamente, trocam impressões sobre como proceder para não ficarem no prejuízo. Eles já avaliam, por exemplo, protestar na Justiça os cheques assinados por Murad e dados como garantia no momento do investimento.

O referido agiota, segundo a fonte, abordou Abdon Murad Júnior nas proximidades do seu apartamento, na Península da Ponta D´Areia, o metro quadrado mais caro de São Luís.

O “cliente” afirmou ao médico que, caso ele não quitasse o débito, mataria sua esposa e filha.

“Ele disse que o deixaria vivo para que ele sofresse pelo resto da vida”, relatou o investidor/fonte.

Abdon, no primeiro momento, tentou não levar a ameaça a sério. No entanto, foi alertado por um segurança seu, que conhece o agiota, a se precaver.

“O segurança dele [Abdon] conhece o agiota e até já trabalhou para ele. Disse que o agiota é perigoso e cumpre o que promete”.

A partir deste momento, o médico contratou mais três seguranças. Dois ficam de prontidão 24h na porta principal do seu apartamento e outros dois vigiam a porta de acesso à área de serviço.

Abdon, diante da situação, foi obrigado a retirar a filha da escola, localizada nas proximidades do Tropical Shopping, no Renascença. Mudou de número telefônico e não mais responde às mensagens dos investidores que ainda aguardam o ressarcimento. O médico também estaria inclinado a deixar São Luís.

A fonte informou, ainda, que, desesperado, Abdon estava se movimentando com o objetivo de vender um terreno de sua propriedade na região do Calhau. De forma prioritária, o dinheiro seria usado para pagar o agiota que ameaçou sua filha e esposa. O investidor disse não ter conhecimento se a transação já se concretizou.

Pacovan e Gláucio Alencar – Um fato curioso chama a atenção no relato feito pelo investidor. Segundo ele, Abdon Murad Júnior teria quitado as dívidas que possuía com o empresário Gláucio Alencar e Josival Cavalcante da Silva, agiota conhecido em todo Maranhão pelo apelido de Pacovan.
A fonte não soube precisar os valores pagos.

Alencar é acusados de participação no assassinato do jornalista Décio Sá, ocorrido em 2012, em um bar na Avenida Litorânea. Ele, inclusive, ficou vários anos preso e, hoje, responde ao processo em liberdade.