Como não houve o flagrante, o policial civil vai responder ao processo em liberdade.

Como não houve o flagrante, o policial civil vai responder ao processo em liberdade.

Um policial civil (que não teve o nome divulgado) se entregou nesta segunda-feira (16) na delegacia de homicídios de São Luís dois dias após a morte de um funcionário do IBAMA na noite do último sábado (14).

Ademar Moreira Gonçalves, de 37 anos, foi morto com um tiro nas costas enquanto dirigia na Avenida Litorânea, em São Luís. A Superintendência de Homicídios e Proteção a Pessoa (SHPP) trabalhava com as hipóteses de briga de bar, reação a assalto e execução até a confissão do assassinato pelo policial civil.

O policial informou na delegacia que estava em um bar quando soube que o seu carro estava sendo roubado. Ao encontrar um homem no volante saindo de uma vaga próximo de onde ele havia estacionado, sacou a arma para atirar nos pneus, segundo ele. O motorista (Ademar) arrancou com o carro depois que viu o homem armado, mas foi atingido com o tiro nas costas que o matou. O policial acrescentou ainda que o carro de Ademar era idêntico ao dele.

Testemunhas informaram que o policial retirou Ademar de dentro do carro e impediu as pessoas de se aproximar até a chegada do SAMU, mas fugiu do local depois que viu que havia se enganado.

“Pela declaração dele (o policial que confessou o assassinato), ele interpretou erroneamente porque o carro dele estava estacionado praticamente ao lado. E quando o indivíduo saía do carro, o policial que estava de pronto aviso para uma missão no interior lembrou que tinha equipamentos da polícia civil nesse veículo. Então ele temendo além do roubo do veículo, o roubo desses equipamentos, tentou evitar a saída do indivíduo”, informou o Superintendente da Delegacia de Homicídios, Lúcio Rogério Reis.

O policial que efetuou o tiro, segundo a polícia, trabalhava no núcleo de combate ao crime organizado e tinha 15 anos de corporação com ótima conduta profissional. Já Ademar era formado em direito e nunca teve passagem pela polícia. A família de Ademar, que veio do Tocantins para o velório dele, está inconformada com o caso.

“Despreparo total, né? Uma pessoa ouvir de outra pessoa que seu carro foi roubado e a pessoa já sair com uma arma em punho? Ele não deu nem a oportunidade do meu irmão falar nada”, declarou Vera Lúcia, irmã de Ademar.

Como não houve o flagrante, o policial civil vai responder ao processo em liberdade.

G1;MA